É muito raro encontrar quem veja o mesmo mundo que o seu | Es muy raro encontrar a alguien que vea el mismo mundo que tú
Uma reflexão inspirada em Tartarugas Até Lá Embaixo, de John Green. / Una reflexion inspirada en Mil veces hasta siempre, de John Green.
"É muito raro encontrar quem veja o mesmo mundo que o seu."
Essa frase ficou ecoando na minha cabeça desde que a li em “Tartarugas até lá embaixo”. Porque ela é verdadeira. Porque é assustadoramente verdadeira.
O mundo que a gente carrega dentro nem sempre é visível por fora. E quando é, poucos têm a coragem ou a sensibilidade de realmente enxergar. Às vezes, sentimos que falamos uma língua secreta, e seguimos esperando, em silêncio, que alguém responda na mesma sintonia.
Pensando nisso, comecei a refletir sobre quantas vezes me senti desconectada mesmo rodeada de pessoas. Quantas vezes tentei explicar meus medos, meus sonhos ou até mesmo minhas alegrias... e parecia que nada fazia sentido para quem ouvia. Como se o mundo que eu via não existisse para o outro. Como se fosse só meu. Como se eu fosse invisível.
Mas então, vez ou outra, surge alguém. Alguém que entende. Que não precisa de legendas. Que vê o mesmo mundo que o seu. Ou apenas alguém com empatia suficiente para querer exergar as coisas através dos seus olhos.
Filme: Brilho eterno de uma mente sem lembraças
Ver o mundo pela lente de outra pessoa não significa ser exatamente como ela é e tampouco almejar as mesmas coisas . Significa, antes, pegar emprestada a pele do outro para sentir como é estar no mundo em seu lugar.
À primeira vista, pode parecer que fazemos isso sempre que conhecemos alguém e nos empenhamos em descobrir seus gostos, pensamentos, ambições e lugares preferidos. Mas não é bem assim. Existe uma linha tênue entre conhecer e enxergar. Posso conhecer muitas pessoas, saber quem são, o que querem e o que fazem sem jamais me preocupar em compreender o sentido por trás dessas coisas. Assim como posso conhecer o outro sempre buscando algo de mim nele — o que também me impede de enxergá-lo. Quando olho para o outro apenas à procura de espelhos, perco a chance de ver o que ele realmente é. Às vezes, o olhar que atravessa despretensiaosamente é mais generoso do que aquele que procura se reconhecer.
Então sim, “é raro encontrar quem veja o mesmo mundo que o seu”. Mas não é impossível (vamos crer! ). Na vida ainda existem pessoas dispostas a tudo: a ouvir, a sentir junto, a enxergar de verdade. Inclusive, dispostas a ver uma ideia nova — como você.
Es muy raro encontrar a alguien que vea el mismo mundo que tú.
“Es muy raro encontrar a alguien que vea el mismo mundo que tú”
Esa frase se quedó resonando en mi cabeza desde que la leí en Mil veces hasta siempre. Porque es verdad. Porque es aterradoramente verdad.
El mundo que llevamos dentro no siempre es visible por fuera. Y cuando lo es, pocos tienen el coraje o la sensibilidad de verlo de verdad. A veces sentimos que hablamos un idioma secreto, y seguimos esperando, en silencio, que alguien responda en la misma sintonía.
Pensando en eso, empecé a reflexionar sobre cuántas veces me sentí desconectada, incluso estando rodeada de personas. Cuántas veces intenté explicar mis miedos, mis sueños o incluso mis alegrías... y me parecía que nada tenía sentido para quien me escuchaba. Como si el mundo que yo veía no existiera para el otro. Como si fuera solo mío. Como si yo fuera invisible.
Pero entonces, de vez en cuando, surge alguien. Alguien que entiende. Que no necesita subtítulos. Que ve el mismo mundo que el tuyo. O simplemente alguien con suficiente empatía para querer ver las cosas a través de tus ojos.
Ver el mundo a través de la lente de otra persona no significa ser exactamente como ella y tampoco desear las mismas cosas. Significa, más bien, tomar prestada la piel del otro para sentir cómo es estar en el mundo en su lugar.
A primera vista, puede parecer que hacemos eso siempre que conocemos a alguien y nos esforzamos en descubrir sus gustos, pensamientos, ambiciones y lugares favoritos. Pero no es así. Existe una línea tenue entre conocer y ver.
Puedo conocer a muchas personas, enterarme de quiénes son, qué quieren y qué hacen sin preocuparme nunca por comprender el sentido que hay detrás de esas cosas.
Así como puedo conocer al otro siempre buscando algo de mí en él — lo que me impide verlo realmente. Cuando miro al otro solo buscando espejos, pierdo la oportunidad de ver lo que él realmente es. A veces, la mirada que atraviesa desinteresadamente es más generosa que aquella que busca reconocerse.
Entonces sí, es raro encontrar a quien vea el mismo mundo que tú.
Pero no es imposible (¡vamos a creer!).
En la vida todavía existen personas dispuestas a todo: a escuchar, a sentir contigo, a mirar de verdad. Incluso, dispuestas a ver una idea nueva — como tú.
Vitória, teu texto reverberou bonito aqui dentro🧡.
Fiquei pensando nessa frase: “é muito raro encontrar quem vê o mesmo mundo que o seu”, e senti ela ecoar como quem toca uma corda delicada da alma.
Porque é isso mesmo: às vezes, é como falar uma língua secreta, na esperança de que alguém, em algum canto, entenda o que não foi dito em voz alta.
O mundo que carregamos por dentro nem sempre tem tradução fácil.
E quando alguém nos enxerga de verdade, com olhos atentos e alma presente, é como se um pedaço nosso deixasse de ser invisível.
É raro, mas é muito lindo quando acontece.
A tua escrita me lembrou que não basta conhecer alguém… é preciso ver com o coração quieto, com a escuta aberta, com a curiosidade de quem não está procurando espelhos, mas presenças.
E quando encontramos essas presenças, mesmo que poucas, elas iluminam o caminho como faróis em noite densa.
Obrigada por compartilhar tuas palavras com tanta verdade e ternura.
É raro, sim. Mas textos como o teu nos lembram que o raro existe.
E que vale a pena continuar buscando.
🍂 Aproveito pra deixar um convite suave: publiquei um texto chamado “Da adolescência aos 40: o tempo como espelho”, lá no meu cantinho, Silêncio Bonito.
Falo sobre crescer por dentro, sobre escutar a vida com mais calma… talvez ele também te abrace um pouquinho.
E se algo te tocar por lá, ficarei feliz em te ler nos comentários também.
Com carinho e escuta,
Silêncio Bonito 🍂
✉️ alexlimad40.substack.com | @alexlimasilenciobonito
nunca tinha lido um texto que me identificasse tanto! muito obrigada por compartilhar seus pensamentos e sentimentos, e saiba que você não é a única a se sentir assim. Na minha vida toda(que não é muita) eu sempre me senti assim, principalmente agora na adolescência, parece que eu tenho que me “traduzir” pras pessoas e mesmo assim elas ainda ficam perdidas.